Placa mãe de Notebook / Laptop não Liga, Como Proceder

 Placa mãe de Notebook / Laptop não Liga, Como Proceder

    Recebi um Notebook em minha bancada de trabalho em manutenção de notebook, fiz todos testes básicos e meu notebook não liga como verificar se poder ser Placa?

    Nos Siga para mais essa dica.

    Toda a análise básica já foi feita. Nada se resolveu por lá? Então certamente o problema é mais grave. Neste ponto o que temos? O notebook não liga, não dá sinal nenhum de vida. Não dá sinal na tela e nem em monitor externo, nenhum LED ascende. Já sabemos que o problema não é relacionada à bateria, carregador, memória RAM, HD ou SSD, sistema operacional e nem superaquecimento. Tudo isso poderia ser descoberto nas etapas anteriores. 

    A partir de agora já acompanharemos um estudo de caso real e prático.

    O que pode ser feito agora?

    Abrir a carcaça e começar a desmontar o notebook. Essa parte de desmontagem temos abordado em outros módulos/materiais. Vá atrás, estude, aprenda.

    Neste exato momento não vou abordar a desmontagem, ferramentas, explicar as técnicas e cuidados que devemos ter porque isso é ensinado em outros volumes dessa grande série de livros digitais (e o volume pode ser antes ou depois desse que você está lendo agora). Inclusive, isso vale para a parte de recuperação de carcaça, temos isso separado em materiais passo a passo.

    Resumindo, vamos retirar a bateria, todos os dispositivos, HD/SSD, leitor óptico caso tenha, até chegarmos à placa-mãe. Vamos retirar a placa-mãe e deixá-la na bancada.

    Podemos tentar ligar a placa-mãe somente com o básico: placa-mãe, processador com o dissipador passivo, memória RAM e fonte de alimentação. 

    Aconselho deixar também a ventoinha, pois, se a placa ligar ela vai girar e você terá mais um sinal de que a placa ligou. 

    Inclusive, se tiver o buzzer, que é o autofalante que emite os beeps, pode deixar conectado. Vai ajudar bastante também, uma vez que teremos essa referência sonora.

    Se a placa estiver morta, você faz um reparo, e aí ela começa a ligar e emitir algum beep sonoro, você vai perceber que o problema foi resolvido ou já está quase resolvido correto?

    Nós já estudamos sobre avisos sonoros (em outros volumes). Percebe agora como que todo o estudo é importante? Quem pulou volumes e matérias, e continuar pulando conteúdo, daqui a pouco não vai entender mais nada. Tudo é importante!

    Quer se tornar um profissional completo? Estude tudo! A fase de dicas e macetes já ficou para trás, profissionais assim vão ficar cada vez mais para trás. 

    O negócio hoje é estudar eletrônica, é entender como os componentes funcionam, estudar novas técnicas, novas ferramentas e por aí vai. Nunca pare de evoluir.

    É necessário também o botão power. Alguns modelos possui o botão power soldado na própria placa-mãe, que é o caso desse modelo que estamos usando como estudo de caso. 

    Em outros modelos, o botão power estará em uma placa filha, uma pequena plaquinha que você deverá conectar na placa-mãe através de um cabo flat. Neste caso o conector na placa-mãe é um conector para cabo flat, e geralmente possui a identificação tipo JPWR por exemplo. Isso não é regra. Esse J creio que vem de Jumper e PWR vem de power.

     Tem como ligar a placa através desse conector, sem o botão power.

    Para isso você pode usar um pequeno pedaço de fio, uma ponta você aterra (ou seja, encosta em qualquer parte aterrada da placa), e a outra ponta você encosta em algum pino do conector, pelo lado de fora da parte de plástico.

    Observe na imagem acima, os pinos soldados na placa ficam do lado de fora do conector. 

    Use eles para tentar ligar a placa. Encoste a ponta do fio em um pino. Não ligou? Tente outro. E assim vai até testar todos. E você vai somente encostar e retirar. É só um toque. Não precisa segurar a ponta do fio no pino.

    porque você não indica qual o pino certo logo? Por que tenho que ficar na tentativa e erro? 

    Simplesmente porque não existe um padrão nessa pinagem. Não tem como eu afirmar que será o pino dois, da esquerda para direita. Isso pode variar. 

    E quanto a tela? Precisa da tela? Precisa de monitor externo? Inicialmente não pessoal. 

    Se você quiser deixar a tela conectada, pode deixar. Um monitor externo geralmente vai funcionar somente quando o sistema operacional for iniciado. Aí você precisaria deixar o HD ou SSD conectado. E a quantidade de itens conectados vai só aumentando.

    Para iniciar os testes, não precisa de tela e nem monitor externo. Podemos, inicialmente, nos guiar somente pelos LEDs, pela ventoinha e pelos beeps sonoros. Se ocorrer sinal nos LEDs, na ventoinha e beeps, já é um bom sinal. 

    Inclusive, muitos técnicos fazem determinados reparos ou testes com a placamãe dentro da carcaça, o que permite utilizar a tela com mais segurança. Desmonta somente o que for necessário, deixa a placa aparafusada na carcaça, com a tela conectada, e faz o serviço que precisa ser feito. Isso vai depender muito do serviço que vai ser realizado.

    No nosso exemplo, no nosso estudo de caso, a placa-mãe permanece sem vida, não deu nenhum sinal. E retiramos ela totalmente de dentro da carcaça do notebook. 

placa-mãe na bancada.

 O que podemos fazer agora?

    Agora podemos fazer uma análise visual e minuciosa da placa. Podemos verificar se o processador está aquecendo, como sabemos o normal é ele dar uma aquecida ao ligar a placa através do botão power.

    E podemos verificar se tem outros componentes aquecendo, mas de forma anormal. Inclusive, se o processador aquecer, sem ligar a placa através do botão power, é um sinal ruim. Isso não pode acontecer

    Podemos usar o multímetro e fazer os primeiros testes, como por exemplo o teste de continuidade em capacitores em busca de curto. Estou citando capacitores porque são os elementos foco dos estudos até este ponto. E um detalhe: por enquanto não faremos análise de esquema elétrico e nem usaremos boardview. Não é o objetivo neste momento.

    Essa análise que estamos fazendo, todo esse estudo, possui um objetivo didático tal como fizemos na análise da placa de desktop. O aprendizado que estamos tendo aqui é mais importante neste momento. E é indispensável. 

    Inclusive, não faremos neste estudo a aferição de tensões na placa, como as tensões primárias porque envolve outros componentes que nós ainda não estudamos, como bobinas e transistores MOSFETs. Mas no momento certo vamos abordar tudo isso meus amigos. Em módulos e materiais mais adiantes.

    ois bem, neste nosso exemplo, ao fazer uma análise visual minuciosa já descobrimos um ponto onde ocorreu um curto seríssimo. Podemos ver aqui um capacitor cerâmico SMD e um transistor MOSFET literalmente torrados. Olha o estado do transistor! 

capacitor cerâmico SMD e um transistor MOSFET literalmente torrados.

    Não foi necessário fazer testes no sentido de buscar componentes com aquecimento anormal. Descobrir componentes com aquecimento anormal é mais uma forma de descobrir componentes com problemas. E ao fazer o teste de continuidade, o capacitor visivelmente danificado acusa curto.

Teste de continuidade com multímetro

    E olha que interessante, é algo que já ensinei, expliquei e reexpliquei várias vezes. Esse capacitor e esse transistor MOSFET são o problema nessa placa, pelo menos nessa primeira análise. Pode ter mais componentes com problema? Claro que sim pessoal. Mas por hora, percebe-se que eles estão com sérios problemas.

    E eles provocam interferência em vários outros componentes próximos, que acabam acusando curto. Ao fazer o teste de continuidade em outros capacitores, é acusado curto. 

    Mas essa interferência ocorre somente em um determinado setor da placa. Em outros setores mais afastados a interferência já não ocorre. Isso é extremamente interessante porque, se você detectar um curto, a chance do componente estar no mesmo setor é grande. 

    É uma análise precisa? Sem esquema elétrico não. É apenas uma forma de raciocinar, é uma forma bem básica. Mas que geralmente funciona. Sabe por que? O que são setores em uma placa a que me refiro? Primeiro, veja essa imagem:

    Observe essa imagem acima. Aqui temos um setor onde há um componente em curto. Ao fazer o teste de continuidade, é acusado curto em qualquer componente que faz parte do mesmo setor.

    E agora vou responder a pergunta: são um grupo de componentes eletrônicos que fazem parte de um mesmo setor elétrico, portanto, eles estão conectados através das trilhas e dos componentes, formando um setor. Eles conversam entre sim, trocam sinais e consequentemente compartilham possíveis curtos. Tranquilo? Ficou dúvidas até aqui?

    Agora que já encontramos dois componentes com problemas, o próximo passo mais natural é realizar a troca. Podemos trocar por componentes novos ou por componentes extraídos de uma placa doadora.

     Ainda tem uma situação que é importante iniciar algumas observações agora. E se o processador estiver com algum problema?

    O processador, meus amigos, já sabemos que pode ser soldado na placa ou não. A tendência atual é processadores soldados na placa. No nosso exemplo ele usa um soquete, portanto não é soldado na placa. Neste caso é possível trocar o processador se necessário.

    Mas como descobrir que o problema é no processador?

    Há muitas formas de se descobrir, e a experiência de bancada vai te dar cada vez mais segurança em verificar, testar e descobrir que o problema é no processador. Vamos ao básico, por enquanto vamos apenas comentar informações triviais: 

1 - O processador vai aquecer bastante, mesmo sem pressionar o botão power. A placa estará ligada somente na fonte, mas você não pressionou o botão power. E mesmo assim ele aquece. Nesse caso é sinal de problema, um possível curto.

2 - Ainda sobre aquecimento no processador: mesmo sem pressionar o botão power. O processador vai aquecer, mesmo que pouco. Você pode usar álcool isopropílico e você vai perceber ele secando rapidamente.

3 - Outra situação: ao ligar a placa, o cooler gíra, mas não dá sinal na tela. As duas primeiras situações é comum o notebook não ligar. Já aqui ela placa-mãe até liga, mas não dá sinal na tela. E pode acontecer do processador não aquecer. Quando ligamos a máquina é normal que o processador comece a aquecer.

    Tranquilo? Vamos focar no problema da nossa placa. O problema nessa placa é um capacitor cerâmico SMD e um transistor MOSFET que estão visivelmente queimados. Além disso, acusou curto no teste de continuidade. Tranquilo? Vamos focar no problema da nossa placa. O problema nessa placa é um capacitor cerâmico SMD e um transistor MOSFET que estão visivelmente queimados. Além disso, acusou curto no teste de continuidade. 

    O objetivo aqui é capacitores, é apresentar para você que capacitores podem causar problemas diversos, muitas vezes a gente descobre o problema na análise visual, outras vezes eles podem aquecer e você pode descobrir isso através de técnicas. Há várias técnicas para encontrar um componente com aquecimento, vou citar cinco: pode-se tocar os componentes com as pontas dos dedos, usar álcool isopropílico, spray congelante, termômetros de infravermelho ou câmera termográfica por exemplo.

    E o nosso amigo multímetro? Podemos usar ele para testar esses componentes, tal como já ensinei, reensinei e reforcei. Um teste bem simples é o teste de continuidade, que nos ajuda a identificar curto.

    E o que todos querem saber. A placa foi recuperada? Sim meus amigos. Essa placa já ascendeu os LEDs, já ligou, já começou a girar a ventoinha logo após a troca do capacitor e do transistor MOSFET.

    A partir daqui vou seguir com testes, remontar o notebook, instalar o sistema operacional, fazer a recuperação da carcaça e tudo mais.

    Esperamoque mais essa dica venha ajuda a vocês.

E não se esqueçam nos acompanhe para mais contéudo em breve, incluindo esquemas elétricos grátis.